terça-feira, 4 de julho de 2017

Quadro de paraplegia de bebê baleado dentro da barriga pode ser revertido, dizem médicos


 04/07/2017 - 08:07 hs

Quadro de paraplegia de bebê baleado dentro da barriga pode ser revertido, dizem médicos
A equipe médica que faz o atendimento do pequeno Arthur, recém-nascido atingido por uma bala perdida dentro da barriga da mãe, na Favela do Lixão, em Duque de Caxias, disse nesta segunda-feira, durante uma coletiva de imprensa, que o quadro de paraplegia do paciente pode ser revertido. O bebê está internado no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, e seu estado é grave.
- Seria precipitado dizer se ele vai ficar paraplégico ou não. É possível que o quadro seja revertido. O foco agora é manter ele respirando e bem alimentado - disse o neurocirurgião Eduardo França, que participou da entrevista ao lado do secretário de saúde de Duque de Caxias.
O pai da criança, Klebson da Silva, conseguiu registrar a criança na tarde desta segunda. A mãe do menino, Claudineia dos Santos, segue internada no Hospital moacyr do Carmo e se recupera bem, segundo o próprio marido. Segundo ele, Claudineia, que ainda não sabe da gravidade do quadro do filho, deverá ser transferida para a enfermaria da unidade:
- Ela está tranquila e me pediu até maquiagem - contou ele ao sair da visita.
Mais cedo, a delegada Raíssa Celles, titular da 59ª DP (Duque de Caxias), disse que vai ouvir três policiais militares que participaram do tiroteio na Favela do Lixão, momentos antes de a paraibana Claudineia dos Santos, de 29 anos, e seu bebê, que ainda estava na barriga, serem feridos por bala perdida. Segundo Raíssa, há indícios de que o tiro que atingiu a mãe e a criança partiu da arma de algum traficante que atacava os policiais, no momento em que deixavam a comunidade. Claudineia também deve ser ouvida, ainda nesta segunda, no próprio hospital.
Além dela, o pai da criança também será ouvido. Klebson dos Santos deverá relatar aos agentes o que a mulher possa ter lhe contado sobre o tiroteio em que foi baleada.
O bebê estava no nono mês de gestação quando foi baleado na orelha e no ombro. O tiro entrou na coxa esquerda de sua mãe. Na ocasião, Claudineia havia acabado de sair de um mercado quando começou um confronto entre traficantes da Favela do Lixão, onde mora, e policiais militares do 15º BPM (Caxias). Os PMs afirmaram, em depoimento na 59ª DP (Caxias), que foram atacados e não reagiram. Ela foi levada por moradores da favela para o hospital. Claudineia e o marido moram há um ano e meio na comunidade.

PMs envolvidos em tiroteio que terminou com bebê baleado terão armas periciadas

as  armas dos seis policiais militares envolvidos na ação que terminou com a grávida Claudineia dos Santos e seu filho ainda na barriga baleados na Favela do Lixão, em Duque de Caixas, serão periciadas. Os agentes estão sendo ouvidos pela delegada Raíssa Celles, titular da 59ª DP (Duque de Caxias). De acordo com ela, até o momento nenhum depoimento foi contraditório, o que reforça os indícios de que o tiro que atingiu as vítimas tenha partido de traficantes.
- As armas serão encaminhadas à perícia por desencargo de consciência, e para não deixar de produzir provas importantes. Todas as informações bateram com as versõesapresentadas pelos policiais - afirmou a delegada, que salientou ainda que o que também reforça a inocência dos policiais militares é o fato de que antes mesmo de eles registrarem a ocorrência na delegacia, agentes da unidade já tinham informações.
A delegada ressaltou ainda que já solicitou câmeras de segurança de lugares próximos e também da viatura da PM. Ela espera que testemunhas do caso colaborem com as investigações para que o autor do crime seja rapidamente identificado, e disponibilizou um WhatsApp para quem quiser passar informações anônimas: 21 99817-0306.
As informações apuradas pela polícia até agora dão conta de que Claudineia saia de uma mercearia local quando foi surpreendida pelo tiroteio. Ela teria se abrigado atrás do carro da polícia. Klebson da Silva, marido dela, também está sendo ouvido na unidade policial. Ele não estava no local no momento do crime, mesmo assim os investigadores quiseram ouvi-lo.
- Os médicos ainda não nos liberaram para ouvir a paciente, e ouvir o Klebson é importante pela figura de pai e marido. Também tínhamos a esperança que el pudesse colaborar com mais informações, mas isso não aconteceu - disse a delegada.
(O Globo)

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