quinta-feira, 21 de abril de 2016

Contra pobreza, famílias recorrem a venda de órgãos

Contra pobreza, famílias recorrem a venda de órgãos


Ali (esq) e Om (dir) Hussein, com o filho Hussein
Ali (esq) e Om (dir) Hussein, com o filho Hussein

O agravamento da pobreza no Iraque nos últimos anos está levando muitas famílias a apelar para a venda de órgãos.
É o caso da família de Om Hussein, uma mãe iraquiana que chegou ao limite de suas forças e, desesperada, não viu outra saída.
Assim como milhões de pessoas no país marcado por mais de uma década de guerras e violência, ela, o marido e quatro filhos enfrentam fome e miséria para sobreviver.
O marido, Ali Hussein, está desempregado. Ele é diabético e tem problemas cardíacos. Há nove anos que a família é sustentada por Om, que trabalha como empregada doméstica.
Mas ela diz estar ficando sem condições de trabalhar.
“Estou cansada e ficamos sem dinheiro para pagar aluguel, remédios, comida e as necessidades das crianças”, conta ela, na casa de um quarto no leste de Bagdá, onde a família está morando temporariamente.
A casa onde a família morava estava tão deteriorada que desabou há alguns meses; eles têm sobrevivido graças à ajuda de amigos e parentes.
“Trabalhei em tudo o que você pode imaginar”, conta o marido, Ali. “Açougueiro, diarista, catador de lixo. Eu não pediria dinheiro, mas eles deram”, disse Ali.
“Eu diria para o meu filho pegar pão jogado fora na rua e nós comeríamos, mas nunca pedi comida ou dinheiro.”
Sacrifício
Em meio a tanta pobreza, Om Hussein decidiu fazer um grande sacrifício.
“Decidi vender um dos meus rins. Eu não podia mais sustentar minha família. Seria melhor do que vender meu corpo ou viver de caridade”, disse.
O casal encontrou um traficante de órgãos, mas exames iniciais mostraram que os rins de Om e de seu maridos não eram saudáveis o bastante para aguentar um transplante.
Decepcionados, o casal pensou em uma solução desesperada.
“Por causa de nossa situação miserável até pensamos em vender o rim de nosso filho”, disse Ali apontando para o filho de nove anos, Hussein.
“Faríamos qualquer coisa menos pedir esmolas. Por que nós chegamos a isso?”
A família não foi tão longe, mas dizem que só de pensar na possibilidade todos já ficaram desolados.
Da BBC Brasil

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