Menino é acorrentado, espancado e torturado pela mãe
Um menino de sete anos deu entrada no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande nessa quarta-feira (10) vítima de agressão doméstica. Ele estava sendo mantido em cárcere privado pela própria mãe, na zona rural do município de Boqueirão. A criança foi encontrada acorrentada e teria sido espancada com fios elétricos e cordas.
As agressões ao menino teriam sido descobertas por funcionários da escola onde ele estuda, que estranharam sua ausência nos últimos dias e acionaram o Conselho Tutelar. “Ele já vinha sendo assistido pelo Conselho e já havia um processo na justiça, então, diante disso, a gente voltou a chamar. Por ser mãe, eu não quis me calar, então resolvi falar, porque a gente tem que fazer a nossa parte”, relatou a professora da criança, Leila Maria.
De acordo com o Trauma de Campina Grande, o menino foi atendido pela urgência pediátrica e passou por exames. Conforme boletim médico, a criança foi diagnosticada com anemia, desnutrição e sinais de hematomas e queimaduras no corpo. A criança segue internada em situação estável, sem previsão de alta hospitalar.
Polícia fala em tortura e tentativa de homicídio
A Polícia Civil foi acionada na manhã desta quinta-feira (11) e disse que está apurando a situação. O delegado Iasley Almeida comentou que a mãe do menino será investigada por tentativa de homicídio e tortura. Segundo ele, uma tia da criança também participou da denúncia, juntamente com o Conselho Tutelar. Até a publicação desta matéria, não haviam ocorrido prisões.
“A Polícia Civil iniciou as investigações para apurar a tentativa de homicídio qualificado pela tortura contra a criança, por parte da mãe. A criança estava com várias agressões pelo corpo e num estado de desnutrição total. Ficou colhido pelas investigações que a mãe da criança a agredia constantemente, amarrando-a pelos pés, torturando-a psicologicamente, omitindo a alimentação que a criança merecia, além de queimar o corpo da criança com vela e agredir seus testículos, mostrando claramente a sua intenção deliberada em tortura-lá para obter um mal maior, que seria a morte da criança”, declarou o delegado.
Histórico de violência
O menino já tinha sido afastado do convívio com a mãe, devido a denúncias de agressões. Ele é órfão de pai e passou um tempo morando com uma das avós, mas, há cerca de 40 dias, voltou para a casa da mãe. A suspeita atualmente vive com um agente de saúde municipal e, com ele, tem outro filho, de 1 ano e seis meses. Não há indícios de que o caçula também tenha sofrido maus-tratos.
*Matéria atualizada para inserir informações da Polícia Civil e do quadro clínico da criança
P. Correio
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