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Carlinhos Brown lamenta Moraes Moreira não ter enterro com fãs: ‘Um cantor de multidões teria cortejo de trios’ Foto: Fred Pontes/ divulgação
Carlinhos Brown soube da morte de Moraes Moreira pelo rádio. E, de cara, achou que fosse fake news. Afinal, o amigo de décadas estava cheio de saúde e bem disposto na última vez que se viram, há poucos meses. “Nos encontramos no Shopping da Gávea, perto de onde ele morava no Rio, conversamos bastante, falamos do musical ‘Novos baianos’, do qual meus filhos participaam, ele estava cheio de planos sempre. Fiquei sem acreditar”, conta o cantor, pai de Clara Buarque e Miguel Freitas, ambos no espetáculo que mostra parte da vida do cantor, que morreu de infarto aos 72 anos, na segunda-feira, 13.
O baiano relembra história do conterrâneo, desde os tempos em que o trio elétrico não era ainda uma realidade sofisticada como hoje em dia. “Moraes era um cantor de multidões e como tal teria um cortejo de trios para celebrar sua vida. E isso foi acontecer justamente agora quando não poderemos nos despedir para não haver aglomeração. É uma pena que os fãs não possam fazer essa homenagem”, lamenta.
Carlinhos Brown lamenta Moraes Moreira não ter enterro com fãs: ‘Um cantor de multidões teria cortejo de trios’ Foto: reprodução/ instagram
Durante parte do dia da morte do amigo, Brown esteve preocupado com Davi Moraes, filho de Moraes e músico que já tocou inúmeras vezes em vários projetos com ele. “Todo mundo tentou falar com ele, ficamos preocupados. Eu liguei, Pedro Baby ligou...”, contou Carlinhos, que está passando a quarentena na capital baiana com a família.
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“Estou me mantendo em casa e saio quando há alguma emergência na comunidade e que precise de mim para intermediar algo”, conta ele, que ainda não consegue fazer um prognóstico positivo do que virá após o coronavírus: “Já tivemos outras pandemias no mundo, outras crises e outras guerras, e tenho a impressão de que as pessoas não mudaram em função delas. A solidariedade que estamos vendo agora sempre pôde estar aí. Não temos só uma doença. Temos a fome, temos a bala perdida, o aumento da violência contra a mulher. As pessoas estão surpresas com a natureza se regenerando. A natureza está cobrando o preço pelo que sofre. Cabe cada um entender como essa mudança de comportamento será para que o individual sirva ao coletivo”.
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