Depois de 150 anos de existência, a marca de uísque Jack Daniel’s resolveu rever uma parte fundamental da sua história e assumiu que a criação da receita da bebida foi feita por Nearis Green, um escravo negro que trabalhava para o pastor Dan Call, a quem sempre foi atribuída a fórmula de umas das marcas de bebida alcoólica mais famosa do mundo.
Uma reportagem do jornal americanao The New York Times revelou que a partir de agora quem visita a fábrica do destilado em Tennesse, nos Estados Unidos, ouve a história verdadeira. A versão mais antiga, contada até poucas semanas atrás, omitia a participação de Nearis Green. Se acreditava que Jack Daniel aprendeu a receita e o processo de destilação com o pastor Dan Call, em 1866. Na verdade quem ensinou o processo de destilação, mas também as técnicas de purificação fundamentais para a elaboração do uísque foi Green, escravo do pastor.
Essa versão não é novidade, mas ela foi confirmada pela empresa somente agora. A presença de escravos em destilarias era algo bem comum no século XVIII. “Eles eram crucias para as destilarias”, disse Steve Bashore, que ajudou a reconstruir os locais onde a bebida era destilada. “Nas escrituras, os escravos eram inclusive descritos como destiladores”, completou.
O historiador Michael Twitty vai mais longe e diz que os escravos tinham uma tradição ancestral de fazer bebidas: os escravos americanos tinham sua própria tradição de fazer bebidas alcoólicas. “Existe algo que precisa ser dito, na verdade os africanos e os europeus eram dois povos do Sudeste americano que traziam uma tradição ancestral de fazer bebidas alcoólicas”, diz Twitty.
Foto de Capa: Reprodução/Facebook
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