Paraibana nota mil na redação do Enem fazia duas redações por semana
A paraibana Tereza Gomes, de 23 anos, foi uma das 77 pessoas que alcançaram nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Com tema sobre intolerância religiosa, mais de 84 mil estudantes ficaram com nota zero. Para Teresa, o segredo é a dedicação e treino. “Fazia uma redação por semana até o meio do ano. Faltando dois meses para o Enem, comecei a fazer duas por semana”, confessou.
O ano de 2016 não foi fácil para Tereza. Com nota pouco acima de 600 na redação anterior, o susto foi grande. Matriculou-se em um cursinho e resolveu que seguiria firme na quinta tentativa de cursar medicina.
Em 2017, veio a surpresa: mil na redação. No entanto, Tereza espera pela inscrição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Dedicou-se tanto a redação, que não deu tempo concluir com destreza as provas de “Linguagens” e “Matemática”.
“Eu tinha gostado muito, mas ninguém espera um mil, eu esperava acima de 900, mas fiquei bem feliz”, relatou Tereza. No entanto, o resultado não foi simplesmente sorte da estudante. Passou o ano inteiro se dedicando aos estudos. Separou um tempo especial para a redação. “Meu professor me ajudava muito, no começo do ano fazia os testes com o professor e tirava 880”, contou Tereza. Com as orientações do professor, a aluna foi melhorando.
A prova foi um grande trunfo para Tereza. No cursinho, o professor pediu uma redação com o tema de intolerância religiosa no Brasil. Com isso, a estudante conseguiu treinar e deixar viva na cabeça a ideia central do tema.
No Enem 2015, Tereza pontuou pouco mais de 600. Alcançar mil em 2017 trouxe tranquilidade para esperar pelo Sisu. “Me deixou mais tranquila, mas eu não sei, porque as outras provas não foram tão altas [as notas], no dia do Enem saí chorando porque não deu tempo terminar matemática, chutei algumas questões, e realmente isso baixou minha nota. Vou esperar para ver se dá para passar em alguma federal. Em qualquer federal”, declarou.
O gosto pela escrita não é antigo. Estudou, treinou e encontrou no método do professor uma maneira mais fácil e consciente para escrever no “nível mil”. “O professor me fez gostar, porque ele me disse como eu deveria fazer”, disse.
Quando abriu a página do Inep, não conseguiu acreditar. “Eu fiquei muito feliz, esperava acima de 900, porque eu tinha gostado muito da redação, mas mil ninguém espera”, confessou. Agora o que basta é esperar. Com as letras, Tereza já se deu muito bem. Se esse ano não for novamente o seu, ela promete tentar mais uma vez. “Só quero medicina, se eu não passar, vou tentar de novo”, concluiu.
G1 PB
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