Restaurantes populares do Rio servem as
últimas refeições
Os frequentadores do restaurante cidadão Josué de Castro, no Méier, saíram do almoço com um gosto amargo na boca. Não por causa do sabor da comida - "Estava até caprichada", garante um comensal - mas por saber que, nesta quinta - feira, às 15h, o estabelecimento vai fechar as portas sem prazo para reabrir. Pelo menos outros dois restaurantes populares também vão suspender as atividades por causa de atrasos nos repasses do governo do estado: o da Central do Brasil e o da Cidade de Deus.
- Como vai fechar, eles serviram tudo o que estava escondido. Há tempos não tinha sobremesa. Hoje, a refeição foi completa. O suco estava até geladinho - conta a aposentada Maria Aparecida Ferreira, de 62 anos, moradora do Engenho Novo, que come no restaurante do Méier todos os dias: - Há anos eu venho aqui. É o nosso amparo. Agora vou ter que procurar outro restaurante baratinho para ir.
No último dia, o cardápio do restaurante popular do Meier teve duas opções de carne - goulash de carne com cenoura ou frango desfiado - e polenta cremosa para acompanhar, além de arroz, feijão, salada e sopa. A sobremesa foi laranja.
Os três bandeijões, administrados pela empresa Home Bread, servem 7.800 almoços diariamente. A empresa está há 14 meses sem receber repasses do estado. O governo admite ter uma dívida de R$ 24,2 milhões - dos quais R$ 5,6 milhões foram pagos recentemente - com todas as empresas que administram os 16 restaurantes populares do estado.
Em entrevista ao EXTRA, nesta quarta-feira, o secretário de Assistência Social, Paulo Melo, afirmou que já levou o problema ao governador em exercício, Francisco Dornelles.
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