Ao sair do aeroporto, os senadores encontraram bloqueadas as vias de acesso ao presídio onde se encontra Leopoldo Lopez, líder do partido Vontade Popular. Ele foi preso por fazer oposição ao governo, assim como o ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, e o ex-prefeito de San Cristobal, Daniel Ceballos.
Os repórteres Glauciene Lara, da TV Senado, e Tadeu Sposito, da Agência Senado, estão acompanhando os senadores.
O bloqueio em Caracas é feito por cerca de 100 manifestantes, que, inclusive, apedrejaram o ônibus em que a comitiva se encontra. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) chegou a filmar o ataque. Agora, eles tentam seguir escoltados pela polícia local. Ainda no aeroporto, os senadores se reuniram com as esposas dos líderes políticos da oposição, que também estão no ônibus.
— Todos os caminhos estão bloqueados. Um bloqueio que parece ter sido preparado por antecipação, para evitar que tivéssemos acesso ao presídio. Mas viemos manifestar nosso apoio à democracia venezuelana. Não é possível prender alguém por manifestar sua opinião contrária a um governo — declarou o senador José Agripino (DEM-RN).
Além de Agripino e Caiado, integram a comitiva os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG), Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Sérgio Petecão (PSD-AC), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e José Medeiros (PPS-MT).
— Fomos cercados por manifestantes bastante hostis. Estamos aguardando que a embaixada garanta proteção para que possamos ir até o presídio — disse Aloysio Nunes por telefone.
Em seu perfil na rede social Twitter o senador Ronaldo Caiado afirmou que a comitiva ficou desassistida de apoio diplomático. "O embaixador do Brasil na Venezuela nos recebeu no aeroporto e foi embora. Agora estamos sendo agredidos e não tem representante do governo. Não conseguimos sair do aeroporto. Sitiaram o nosso ônibus, bateram, tentaram quebrá-lo. Estou tentando contato com o presidente Renan”, publicou.
Na mesma rede, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) se queixou da falta de apoio. “A caminho da prisão Ramo Verde ouvimos os gritos de 'Fuera', vimos placas com mensagem de protesto e o trânsito foi dificultado. Estamos voltando ao aeroporto.Continuamos sitiados,sem condições de continuar a missão humanitária, de solidariedade a presos políticos. Nem o governo da Venezuela e nem a embaixada brasileira estão garantindo nossa segurança”, postou.
Entre as atividades previstas para a missão está um ato com as esposas de políticos presos e a defesa, junto aos meios de comunicação venezuelanos, da liberdade e da democracia. A comissão externa foi criada com base no Requerimento 77/2015, de autoria do senador Ferraço, aprovado no Plenário do Senado em fevereiro deste ano.
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