A Irlanda se tornou o primeiro país do mundo a aprovar em um referendo o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Com todas as urnas apuradas, o “sim” atingiu 62% dos votos, com 38% para o “não”. Mais de 60% dos eleitores compareceram às urnas. Este foi o maior índice de comparecimento em um referendo no país em mais de duas décadas, segundo a Reuters.
Mais de 3,2 milhões de pessoas foram às urnas – muitos irlandeses que não moram no país voltaram só para participar da votação, informou a BBC. A notícia foi recebida com muita festa pelos partidários do “Sim”, muitos deles reunidos na esplanada do castelo de Dublin, e rompe com o domínio hegemônico sobre a moral pública exercido durante séculos pela Igreja Católica, que pediu o voto contra o casamento gay.
A Igreja defendeu o voto “não”, em um país no qual mais de 90% das escolas do ensino básico estão sob a tutela da instituição, os sinos tocam duas vezes por dia na televisão pública e 84,2% da população se declara católica, informou a France Presse.
Na outra ponta, o “sim” foi apoiado por todos os partidos políticos, grandes empregadores e endossado por celebridades, todos esperando que a proposta marque uma transformação no país, que foi por muito tempo tido como um dos mais socialmente conservadores na Europa ocidental. Segundo a Reuters, apenas um terço do país apoiava a descriminalização do sexo entre gays para homens acima de 17 anos em 1993, segundo uma pesquisa da época. Um juíz de um tribunal supremo disse em 1983 que a homossexualidade era “moralmente errada” e contribuía para depressão e suicídio.
Mas os irlandeses ignoraram o apelo religioso. Os defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Irlanda começaram a comemorar antes mesmo do anúncio oficial do resultado. A esplanada do castelo de Dublin, que já foi a residência dos governantes britânicos e sempre foi um símbolo do poder, ficou lotada de partidários do “sim”, em um clima de festa.
Na sexta-feira, mais de 3,2 milhões de irlandeses estavam registrados para votar a favor ou contra uma emenda constitucional que contempla que “o matrimônio pode ser contratado de acordo com a lei por duas pessoas, sem distinção de sexo”.
sexta-feira, 5 de junho de 2015
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Em votação histórica, Irlanda aprova casamento gay em referendo
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