sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Com 110 mortos, bombeiros ainda buscam 238 desaparecidos


A Defesa Civil de Minas Gerais informou nesta quinta-feira (31) que aumentou o número de mortos no desastre da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte. Pelo último balanço, são 110 mortos, 238 desaparecidos e 394 identificados. Dos mortos, 71 foram identificados por exames realizados pela Polícia Civil. Também há 108 desabrigados e seis pessoas hospitalizadas.


O número de animais resgatados em Brumadinho até a noite de quarta-feira (30), aumentou para 57. A Brigada Animal acolheu 27 cães, 14 pássaros, oito galinhas, dois galos, dois bovinos, dois patos, um gato e um cágado. Todos foram encaminhados para o hospital de campanha montado em uma fazenda da região indicada pela Vale, empresa responsável pela barragem que se rompeu.

A Polícia Civil toma depoimentos de sobreviventes e coleta amostras de DNA. Segundo a Polícia Civil, foi coletado material de 210 pessoas que representam 108 famílias. Os trabalhos vão prosseguir. De acordo com o Corpo de Bombeiros, mais de 360 militares atuam na área com apoio de 15 aeronaves e 21 cães farejadores.

Na quarta-feira (30) chegou uma equipe de Santa Catarina e uma aeronave do Espírito Santo. Há, ainda, 66 voluntários, que atuam entre área seca e a inundada. Estes voluntários são pessoas com qualificação técnica. Os 136 militares israelenses retornaram na tarde desta quinta para seu país. 

Observatório de tragédias
 
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, assinaram na tarde desta quinta-feira uma portaria conjunta para a criação de um observatório que pretende garantir uma resposta mais rápida da Justiça para os atingidos pelas tragédias ambientais de Mariana e Brumadinho, além dos familiares das vítimas do incêndio na boate Kiss e de outras questões “ambientais, econômicas e sociais de alta complexidade”
O grupo ficará responsável por monitorar o andamento de ações judiciais e medidas extrajudiciais nesses casos de grande repercussão, promover levantamento estatístico sobre as sanções impostas, propor estratégias para dar maior rapidez à análise dos processos, facilitar a troca de informações entre membros do Ministério Público e do Poder Judiciário e elaborar relatórios a cada três meses de suas atividades.
Operadoras quebram sigilo
Até o final de quarta-feira (30), todas as empresas de telefonia móvel que operam na região de Brumadinho, local do rompimento da barragem de rejeitos de minério da empresa Vale, cumpriram as decisões judiciais de quebra de sigilo de dados telefônicos e telemáticos de celulares de pessoas que estavam na região no dia do desastre. O objetivo é que esses dados ajudem no resgate das vítimas.
A quebra de sigilo abrange os celulares “que se conectaram às estações rádio-base entre meia noite do dia 24 de janeiro de 2019 e meia noite do dia 25 de janeiro de 2019, em área cujas coordenadas foram informadas pela União, repassando informações como nome de usuário, CPF, imei do aparelho celular, cidade de origem e data-hora do registro”, disse o porta-voz da Presidência da República, Rêgo Barros.
Punições
Cinco pessoas – dois engenheiros da empresa alemã TÜV SUD, que atestou a estabilidade da barragem, e três funcionários da Vale que estariam envolvidos diretamente no licenciamento da barragem – foram presos na terça-feira (27). A Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias por suspeita de homicídio qualificado, crime ambiental e falsidade ideológica.
Voluntários da ONG Novo Jeito, em Brumadinho. Foto: Divulgação
Voluntários da ONG Novo Jeito, em Brumadinho. Foto: Divulgação

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